Dizem as lendas africanas que Oxum é mãe das águas doces e, portanto, guardiã dos bebês no ventre. Dizem, também, que o som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Assim, no candomblé, Oxum, além de orixá da beleza, do amor, do ouro e dos rios, é a mãe da música. Suas cores são o dourado, o amarelo e o branco, que simbolizam a riqueza.
Como forma de celebrar a cultura negra, o Instituto de Difusão da Cultura Afrobrasileira (Indica), por meio do seu diretor de eventos, Raimundo Praxedes, decidiu fundar um afoxé, ideia abençoada pelo Pai de Santo Wagner de Oxum, ou Oxum Lodê, presidente do Indica, que batizou o grupo de Oxum Odolá, em reverência à sua mãe Oxum.
O Afoxé é uma manifestação afrobrasileira com raízes no povo Yorubá. Segundo Raul Lody, antropólogo, professor e museólogo responsável por vários estudos na área das religiões afrobrasileiras, é o candomblé de rua, ou seja, um cortejo de rua que sai durante festas populares ou no Carnaval, reverenciando um orixá através do canto, da percussão e da dança. A palavra afoxé é de origem Yorubá. É composta por três termos: “a”, prefixo nominal; “fo”, que significa dizer, pronunciar; e “xé”, que significa realizar. Para Antonio Risério, poeta e antropólogo, afoxé quer dizer “o enunciado que faz acontecer”, "a fala que faz".
Vídeo: Afoxé "Oxum Odolá", no Carnaval da Avenida Domíngos Olímpio, em 2011, em Fortaleza (CE).
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